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Coluna: Vamos falar sobre Marina Abramović

A mulher referência da arte performática.

Divulgação

Vamos falar sobre Marina Abramović? Sim!!! Nos anos oitenta, quando fui estudar Teatro numa Escola em São Paulo, foi a primeira vez que tive contato com as obras da Marina. Já conhecia Pina Bausch, por causa da Escola de dança. Mas, fiquei apaixonada pela Marina Abramović.

Assisti milhares de vídeos, filmes, entrevistas, sobre sua trajetória no mundo, como performer. Também li livros sobre ela. Eu me encantei com ela, e confesso que por causa dela, despertei para o Universo da Performance.

Daquela época até hoje eu acompanho todos os seus trabalhos.

E fiquei extasiada, quando em 2015, ela esteve no Brasil, no Sesc Pompéia, em São Paulo, com a sua Mostra Terra Comunal, em parceria com o Mai: Marina Abramovic Institute, o Instituto criado por ela, em New York. Nessa Mostra, que ficou dois meses no Sesc Pompéia, o público pode acompanhar a restrospectiva de suas performances, além de assistir outros performers, Brasileiros, que foram convidados para performarem na Mostra. Houve Workshops, palestras, e também a oportunidade de vivenciar o método de Marina Abramóvic.

Eu participei da experiência, de conhecer  o seu método, em uma versão reduzida, a proposta era trabalhar a conexão com o silêncio, e exercícios de respiração, usávamos fones que isolavam o barulho em nossa volta. Foi uma vivência única, fiquei quase uma hora em silêncio, em um estado meditativo comigo mesmo, sem celular, parecia que estava em um não lugar. Foi Incrível !!!

Marina Abramović se reinventou durante a pandemia quando apresentou sua primeira ópera: 7 deaths of Maria Callas ( 7 Mortes de Maria Callas ), na Ópera Estatal da Baviera, em Munique, Alemanha.

Maria Callas passou por um grande sofrimento amoroso, pelo amor mítico que sentia pelo magnata, Aristóteles Onassis. Ele ofuscava muitas vezes a sua voz.

As sete mortes representam as sete Óperas que Callas cantava e morria no final.

Marina, havia passado por uma desilusão amorosa, e através desse ponto de desconstrução, e com a dor de amor que ela e Callas passaram, decidiu fazer a Ópera. Marina disse: 

Somos ambas sagitarianas, intensamente emocionais, mas frágeis ao mesmo tempo. A diferença é que meu trabalho me salvou..

O amor acabou matando Maria Callas, aos poucos.

Na verdade é sobre o empoderamento feminino, e o renascimento como uma fênix.

E sobre como se erguer, e se tornar mais forte.

Morrer com o coração partido ou chorar, enxugar as lágrimas, se erguer e continuar.

Marina Abramović quis mostrar que há sempre uma esperança.


Foto UFFE WENG

Mas, quem é essa Mulher icônica?

Marina Abramović, nasceu na Sérvia, Belgrado, em 30 de novembro de 1946. Teve uma infância difícil, com pouco afeto dos pais, o que norteou muitos de seus trabalhos.

Ela, sem dúvida alguma, é um dos maiores nomes da Performance Art Mundial.

Seus pais eram ex-guerrilheiros do partido comunista da Iugoslávia. Recebeu deles uma educação muito rígida. Estudou pintura, na Academia de Belas Artes, de Zagrev, na Croácia.

Então, descobriu que a performance era seu caminho, nos anos setenta iniciou sua carreira bem sucedida, teve como um grande parceiro de trabalho e também seu companheiro, o Performer, Alemão, Ulay. Criaram juntos, inúmeros trabalhos, obras inesquecíveis.

E até mesmo a separação deles, eles transformaram em uma performance, na grande muralha da China, intitulada de: The lovers. Onde os dois ficavam em lados opostos da Muralha, partiam em direção um do outro, se encontravam no meio do caminho e se despediam.

Ela se autodeclara como a Avó da Arte Performática, mas no meu ponto de vista não há como nomear Marina, ela simplesmente transcende tudo, é uma Grande mestra.

Algumas de suas obras :


Rhythm 5(1974)/Foto Sean Sean Kelly Gallery/ARS

Rhythm 0(1974)/Divulgação MUBI

In Relation in time(1977)/Foto: Reprodução MoMA

Breathing in/ Breathing of(1977)/Reprodução: Marina Abramović

AAAA-AAA(1978)/ Reprodução MoMA

Rest Energy(1980)/ Reprodução MoMA

The Lovers(1988)/ Foto: Site Hypeness

The Artist is Present(2012)/Marina Abramovic e Ulay/MoMA/Foto: Reprodução MoMA


Mostra Terra Comunal(2015)/Sesc Pompéia/Foto Brunella Nunes

Mostra Terra Comunal/Sesc Pompéia/Foto Brunella Nunes

Mostra Terra Comunal/Sesc Pompéia/Foto Brunella Nunes

Mostra Terra Comunal/Sesc Pompéia/Foto Brunella Nunes

Mostra Terra Comunal/Sesc Pompéia/Foto Brunella Nunes

Mostra Terra Comunal/Sesc Pompéia/Arquivo Pessoal

Eu e a Marina Abramović. Mostra Terra Comunal/Sesc Pompéia/Arquivo Pessoal


Marina Abramović interpreta Maria Callas em "7 Mortes de Maria Callas"(2020). Foto: Wilfried Hosl

Foto: Wilfried Hosl

Apresentação de "7 Mortes de Maria Callas". Foto: Wilfried Hosl

Releitura da Ópera Madama Butterfly por Marina Abramović  em  "7 Mortes de Maria Callas"/ Imagem: mai.art

Releitura de Otello por Marina Abramović e o ator Willem Dafoe em "7 Mortes de Maria Callas"/ Imagem: mai.art

"7 Mortes de Maria Callas"/ Imagem: mai.art

Trailer do filme documental: 




Sobre o Autor:
Silvia Diaz

Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário...

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